16 de agosto de 2010

Ares Funestos

       Águas claras e esguias escorriam sobre a terra esparramada na grama macia daquele ambiente frio e sombrio.
       Era noite, tranquila, imaculada, e a lua cheia naquele instante iluminava quase que por completo os arredores do sepulcro há pouco violado que se achava, agora, humilde e perdido.
       Aqueles ares funestos, um tal meio um tanto desbragado, de cores aniquiladas, simples e puro argueiro, tornara-se inexoravelmente medonho e asfixiante.
       Oh, infortuna e desafável reminiscência de um passado medíocre e demente, a insistir por um espaço nascente e oblíquo, tentando figurar-se num novo profundo e atinado fado.
       Em um súbito e ligeiro embate, um fluido elétrico rapidamente se desprendeu de uma nuvem torpe e eletrizada, rumo ao inepto e transgredido sítio incontestavelmente a aniquilar toda e qualquer forma de expectativa vindoura da qual este ainda poderia tencionar gozar.