23 de fevereiro de 2010

As cores escorrem pela incrível transparência

As cores escorrem pela incrível transparência
Os vidros se quebram impelidos pela demência
Meu corpo está agitado
Treme sem parar
O suor que escorre suavemente
Contrasta com seu movimentar
Como uma chama incandescente
Que insiste em não mais se apagar
E quando finalmente é consumida
Um sossego me alastra totalmente
Tentando emaranhar-se na minha vida
Deixando então meu corpo dormente
Mas a chama se volta
Vejo que insiste realmente
Pequenas bolotas de fogo, meu corpo solta
Agita-se convulsivamente
Em um movimento pesado
Começa-se tudo novamente
Depois tudo de novo se torna calado
Como se meu corpo estivesse dormente
E antes que eu acorde desse sono sem sorte
Em que mergulhei profundamente
Descubro que estou logo a beira da morte
E estou sendo julgada como insolente
Sem que possa então me defender
E antes que eu possa em paz, por fim, morrer.